REFLEXÃO...Que Igreja sou? Que
Igreja quero ser?
Deus tem me levado a entender
a cada dia importância de sua igreja no contexto desse tempo. A
igreja de Cristo não é representada por aquilo que ela tem, mas
por aquilo que ela é. Pela diferença que ela faz no ambiente em
que está inserida. Pelo que ela reflete na vida da sociedade.
Entretanto, muitas pessoas tem uma visão distorcida do que seja
a igreja de Cristo, e pasmem muitas dessas pessoas estão dentro
do meio cristão.
Essa distorção é causada basicamente por um tipo de igreja. Uma
igreja que insere na mente das pessoas propósitos pessoais para
que através desses possam alcançar os seus próprios propósitos.
Uma igreja que faz muitos pensarem na igreja como uma construção
física, material, fundamentada em tijolo e concreto. Uma igreja
religiosa, pragmática, ritualística, sincretista que leva muitos
a depositarem sua fé naquilo que é visível. Uma igreja que busca
os dons, e usam esses mesmos dons para seus interesses pessoais,
individualistas, vaidosos, porém, uma coisa é certa: Deus está à
procura daqueles que manifestem os frutos do Espírito.
“Cristo é o centro da Igreja”.
Nessa reflexão encontramos uma profunda referência de Jesus à
sua igreja e que deixa nas entrelinhas transparecer três
características importantes sobre ela:
Mateus 16:16 – E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela.
1ª A igreja é de Cristo;
2ª Jesus se refere à sua igreja como aquela que se manifesta no
homem. Que homem é este? O que tem aliança com Jesus que tem
aliança com o Reino de Deus. O homem espiritual.
3ª Ele diz que as portas do inferno não prevalecem contra a
igreja. Em outras palavras: O sistema mundano não prevalece
contra o sistema do Reino de Deus. Isso nos remete a Romanos
12:2 – Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos
pela renovação da vossa mente para que experimenteis qual seja a
boa perfeita e agradável vontade de Deus.
Por isso fica a pergunta:
QUE IGREJA SOU? QUE IGREJA EU QUERO SER?
Que Evangelho praticamos? Temos visto uma distorção da visão do
Reino de Deus.
Temos visto uma igreja que está
muito mais preocupada em gerar vencedores, conquistadores, não
que eu seja contra, longe de mim isso, eu creio que as vitórias
e as conquistas são para o povo de Deus que luta e vai em busca
da superação dos desafios, mas estou falando de prioridade, e a
prioridade dentro da visão do Reino de Deus é esta: Mateus 6:33
– Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, e
todas essas coisas vos serão acrescentadas. Primeiro o Reino!
Por que não mudarmos o foco e retornar às raízes do Evangelho,
retornarmos ao primeiro amor? Por que ao invés de buscarmos em
todo tempo formarmos vencedores, não formarmos discípulos?
Afinal de contas, este é o principal chamado de Jesus para sua
igreja, Mateus 28:19 – Portanto ide, fazei discípulos de todas
as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo;
Existe, portanto, dois tipos de igreja: A igreja de Cristo e a
igreja dos homens.
A igreja dos homens é voltada para si mesma, onde a vontade de
Deus não é mais soberana, os propósitos de Deus são subjugados a
vontade humana, e a sensibilidade do Espírito Santo é
comprometida pela frieza espiritual. E quando isso ocorre Deus
tem que intervir para corrigir a rota, e quando Ele corrige a
rota é um processo doloroso muitas vezes, assim como aconteceu
com o profeta Jonas.
O que Deus tem ministrado ao meu coração nesses últimos dias é:
NÃO SAIA DA ROTA!
A igreja dos homens fala muito, fala bonito, é cheia de regras,
de normas, diretrizes, mas suas palavras não vêm acompanhadas de
atitudes que reflitam o amor dentro da visão de Reino de Deus.
O amor dentro da visão do Reino de Deus não é canalizado de fora
para dentro, mas de dentro para fora porque o amor dentro da
visão do Reino de Deus não é vaidoso, não é cobrador, não é
dissimulado, mas é doador. Quem ama não guarda. Quem ama não
retém. Quem ama não é egoísta. Quem ama cuida. Quem ama
compartilha. Quem ama libera.
No Evangelho de Lucas, capitulo 13:10 a partir,conta a história
de uma mulher que vivia com uma atrofia na sua coluna por longos
18 anos, já havia gastado muito dinheiro com remédios,
tratamentos convencionais e nada adiantou. Lucas descreve aquela
enfermidade como algo espiritual. Não sabemos as razões, mas o
fato é que o sofrimento existia, era real. Após aproximadamente
7.000 dias andando sempre de cabeça baixa, aquela mulher entra
em uma Sinagoga, era um sábado, e Jesus estava lá, pregando,
ensinando.
Creio que durante 18 anos aquela mulher entrou naquela sinagoga
esperando uma palavra amiga, um consolo, um simples gesto de
amor e carinho de alguém, alguém que olhasse para o seu
sofrimento e de alguma forma pudesse lhe prestar algum auxilio,
mas nada acontecia. Até o dia em que ela se depara com Jesus. A
Bíblia diz que Jesus olha para aquela mulher, chama por ela, ela
vai até a sua presença, e Ele impõe as mãos sobre ela e declara:
“Filha, estás livre da tua enfermidade!”.
Em contraste com a alegria, com o júbilo daquela mulher e do
povo que ali se encontrava, os religiosos exclamaram: “Hoje não
é dia de curar. Hoje não é dia de trabalhar. Hoje é sábado.
Tivesse feito isso outro dia, mas hoje não!”.
Jesus então diz: “Hipócritas, se fosse um boi ou um jumento de
vocês que estivesse com sede vocês não levariam para saciar a
sede, mesmo no sábado? Como poderia eu não livrar esta filha de
Deus que vivia aprisionada por satanás há 18 anos?”.
Essa história é o retrato do que explanamos aqui. Dentro daquela
sinagoga, duas igrejas se manifestaram: A igreja dos homens e a
igreja de Cristo.
A igreja dos homens com sua vaidade, egoísmo, religiosidade,
pragmátismo, ritualística, sincretista que preferia ver um ser
humano continuar sofrendo em nome de suas tradições, e a igreja
de Jesus, cheia de amor e graça para compartilhar, doar, cuidar,
liberar, desatando todos os nós que amarravam a vida daquela
mulher.
Esse é o chamado da igreja de Cristo. Uma igreja disseminadora
do amor e da graça de Deus preceituada na passagem de Lc.
4:18-19, “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me
ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para
proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos,
para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do
Senhor”.
Uma igreja que quebra todo o complexo de inferioridade que pensa
nas coisas de cima. Esse é o grande problema da igreja que se
torna a igreja dos homens: Eles olham e pensam muito nas coisas
da terra e não olham para as coisas do Reino.
Que eu, você, nós possamos entender a cada dia estas verdades, e
sermos a igreja que Cristo chamou. A igreja que devemos ser, uma
igreja que manifesta o amor, a graça, a misericórdia, o perdão,
o cuidado e a vontade de simplesmente sermos a expressão do
Reino de Deus aqui na Terra.
Nele, por Ele, para Ele.
A.L.