REFLEXÃO
“Um diamante terá menos
valor só por estar coberto de lama? Deus vê a beleza imutável da
sua alma. Ele sabe que nós não somos os nossos erros”.
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já
tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que
nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e,
se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem
de nós mesmos.
Em alguns momentos, simplesmente sabemos, bem no íntimo, que
precisamos mudar. As velhas roupas que nos vestem a alma já não
nos servem mais. Estão amareladas, desbotadas, cheirando a mofo.
É como não saber para onde ir, tendo a certeza de que é
necessário partir. Faz-se vital lançarmo-nos ao sol. Mesmo que
ele esteja ofuscado por entre nuvens.
É difícil e por vezes, acreditamos que não somos capazes, que
não daremos conta do recado. Desacreditamos da nossa força
interior. Acreditamos, que somos frágeis em demasia para
alcançar o que trilhamos ou naquilo em que precisamos nos jogar
de cabeça, simplesmente por ser a melhor entre as poucas opções
que se apresentam.
A mudança pode começar por fora, mas é o interior que precisa
mudar. Imutável é, somente a nossa essência, o que realmente
somos, a nossa alma.Um diamante terá menos valor só por estar
coberto de lama? Deus vê a beleza imutável da sua alma. Ele sabe
que nós não somos os nossos erros.
Algumas pessoas falam ao vento,pregam o perdão e não perdoam nem
mesmo a si. Apontam dedos que não gostariam de ter virados em
sua direção. Os atos que não condizem com a teoria são como um
violão sem corda, como um falso moralismo que destoa daquilo que
se diz acreditar. Ser perfeito é ser chato. Não tem graça
nenhuma a perfeição. Quer coisa mais imperfeita que sentimento?
Há mais razão na loucura do que na normalidade. Tem problemas
que criamos e que quando os alimentamos tornam-se monstros, que
se descuidarmos nos engolem por inteiro.
É como ter medo do escuro e se recusar a levantar da cama para
ascender à luz. Tem gente que se sabota, elabora um novo plano
quando a felicidade parece não lhe cair tão bem como outrora.
Desistir é mais fácil, mas pode não ser a melhor escolha. Nobre
é persistir, não no erro, mas na tentativa incansável do
acertar. Viver em paz é tão simples, do que adianta complicar?
Desperte o leão que mora dentro de você quando necessário, caso
contrário, seja leve como uma pluma, como uma “bolha que flutua
por aí”.
“Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima. Hoje
sei que, para isso, é preciso nascer de novo, mas hoje sei que
dá para renascer nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de
mudar”.