"A Casa de Deus é a Igreja do Deus Vivo,
Coluna e Baluarte da Verdade" (1ª Timóteo 3;15)
De tempos em tempos, a Igreja Evangélica
Brasileira é sacudida por novas tendências e "ventos de
doutrina" (Efésios 4;14) que surgem com grande impacto e
visibilidade, e depois de algum tempo, somem na fumaça. Em
alguns casos, tais movimentos deixam atrás de si um rastro de
estragos na saúde espiritual de muita gente, gerando mágoas e
incompreensões que levam tempo para ser curadas. Uma destas
tendências, em voga nos últimos anos e com grande impacto
especialmente sobre os jovens, é o movimento dos "desigrejados"
ou do "pós-igreja", que se identifica nas redes sociais com
dizeres do tipo "Não Placa, Sim Jesus".
Estes movimentos ensinam que a
igreja-instituição é um mal em si mesmo, e que quem quer ter
verdadeira comunhão com Deus precisa romper com o chamado
"sistema". Este discurso está hoje nos lábios de líderes que já
foram muito influentes em suas igrejas de origem, e depois de
enfrentar problemas por lá, saíram com a metralhadora giratória
em punho. Fazem sucesso em vídeos na internet como "profetas",
com um discurso fácil e raso: todas as denominações são
corruptas, e a única forma possível de salvação para o crente
estaria em uma forma de comunicação direta com a Presença do
Pai. Valem-se, para isso, de um antigo ensinamento protestante,
segundo o qual a Igreja de Deus não são as instituições, e sim
as pessoas – o Corpo Invisível de Cristo. Diante disso tudo, a
pergunta que não quer calar: Isso tudo está correto? É
impossível servir ao Reino de Deus estando dentro de uma igreja
institucionalizada? O cristão não precisa ter lealdade alguma
com a denominação onde está? Ou, mais importante que tudo isso,
Deus está ou não está nas denominações?
Pra responder esta questão, sigamos o
conselho de Jesus: "Examinai as Escrituras" (João 5;39). Ao
contrário do que muita gente mal-informada pensa hoje em dia, o
ministério de Jesus não era uma bagunça, como se fosse um bando
de hippies falando de paz e amor pelo deserto. Ao contrário,
existia uma organização extremamente funcional, onde as mulheres
eram responsáveis pelo sustento missionário, um grupo de 70
missionários espalhava as boas novas pelas cidades, tudo isso
sob a supervisão de um conselho formado por doze pessoas – os
apóstolos. Desde o começo, as noções de ordem e hierarquia
sempre fizeram parte da Igreja que Cristo concebeu, e este
projeto não pode ser abandonado sob pena de se afastar
completamente do padrão bíblico.
Mas a Igreja de Cristo, afinal, são as
pessoas ou a instituição (o templo, a organização)? Bem, as duas
respostas são corretas. É evidente que a Igreja é a reunião dos
eleitos, dos salvos pela Graça Redentora, mas o próprio Apóstolo
Paulo também fala que os cristãos "devem saber se portar na Casa
de Deus, que é a Igreja do Deus Vivo, coluna e baluarte da
Verdade" (1ª Timóteo 3;15). Ou seja, a Igreja-Instituição existe
para ser fortaleza da Sã Doutrina, protegendo o povo de Deus (a
Igreja Espiritual).
Denominações são imperfeitas e diferentes
demais entre si? Sim, exatamente como as famílias. Não há
família perfeita,e nem todas as famílias se comportam da mesma
forma (em algumas todo mundo almoça na mesma mesa, em outras
cada um almoça num horário, etc). Mas isso não quer dizer que eu
deva ir morar na família do vizinho.
Do mesmo modo que você, querido leitor, não
joga fora sua família apesar dos defeitos que ela tem, assim
você deve agir com relação à sua igreja. Certamente ela não é
perfeita. Mas ela é o canal que Deus escolheu para que você
desenvolva suas aptidões, seu caráter e sua comunhão com o Pai.
Jesus te abençoe poderosamente.
Paz seja convosco.