Palavra de Pastor

Pr. João Batista Severo Echevarria.



QUEM É ESTE QUE ACALMA AS TEMPESTADES DESTA VIDA?


Este é o Deus que nos surpreende todos os dias e em todas as circunstâncias de nossa vida. Deus é bom e sempre bom. Mas por vezes, não conseguimos ver a bondade de Deus em determinadas circunstâncias da vida. Porém mesmo assim Deus continua sendo sempre bom.

“E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia de água.”

Livro de Marcos capítulo 4:37

Não era simplesmente um vento, mas uma tempestade tão terrível que os discípulos pensaram que fossem morrer no mar. Não é por Jesus estar em nosso barco que não seremos atingidos pelas tempestades da vida, mas com Ele no barco temos esperança que chegaremos do outro lado do mar. O problema não são as tempestades da vida, mas como reagimos diante delas.
Esse episódio ocorreu no Mar da Galileia, um lago de águas doces, de 21 quilômetros de comprimento por quatorze de largura, a 220 metros abaixo do nível do Mar Mediterrâneo e é cercado por três montanhas, que possuem cerca de trezentos metros de altura. Até hoje não é algo incomum um grande temporal de vento acontecer durante a noite no mar da Galileia. O ar quente tropical que surge da superfície do lago se choca ao ar frio das colinas ao redor, e o resultado turbulento disso faz com que se levantem grandes ondas, o que acaba tornando a navegação extremamente perigosa.
Hoje esse episódio se repete, porém em situações e “territórios” diferentes daquele onde os discípulos se encontravam.
Situações essas, onde tomamos as nossas decisões – Jonas é um bom exemplo disso. Quando somos causadores de males para nós mesmos e para outras pessoas. Quando deixamos de obedecer à voz de Deus e passamos a seguir a nossa própria vontade, consequentemente as consequências dessas decisões são calamitosas.
Nesses “Territórios” onde também estão principados e potestades do mal são representados pelas “ tentações da vida”. Aquelas “tempestades” que vemos que não são naturais. As quais também nos fazem sentir que há algo errado, que não procede de Deus, mas tem a mão do diabo por trás disso. Mesmo assim Satanás não pode ir alem do permitido conforme nos demonstra o livro de Jó capítulo 1 versículos 1:2 e capítulo 2 versículo 6.


Territórios que são uma verdadeira escola de Deus


Um bom exemplo é o de Abraão quando vai oferecer Isaque em sacrifício. Diz-nos o texto no livro de Gênesis capítulo 22 versículo 1 que o Senhor pôs Abraão à prova. O texto nos demonstra que aprendemos mais na tempestade do que nos tempos de bonança.
Foi através do livramento da tempestade que eles tiveram uma visão mais clara da grandeza singular de Jesus. Os discípulos que estavam com medo da tempestade, estavam agora cheios de temor diante da majestade de Jesus.
No livro de Marcos capítulo 4 versículo 41 a palavra grega para “medo” não significa medo em um contexto semântico de covardia, mas nos traz o sentido de “temor reverente”. Seu medo e a falta de fé vêm à tona por um único motivo: “Eles não sabiam quem é Jesus”.
Todas essas “tempestades” são inesperadas. Elas não avisam quando virão. Elas chegam como um “ladrão” de forma inesperada. Elas não mandam recado. As tempestades da vida podem ser: um acidente, uma enfermidade, uma crise financeira, um casamento abalado, uma crise familiar, um desemprego e porque não dizer uma crise espiritual.


“E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: Mas quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”

Livro de Marcos 4: 41.

Durante toda a nossa existência perguntaremos: “Quem é Este?”
Esse é aquele que falou a Adão. Revelou-se a Noé. Entrou num pacto com Abraão. Conversou com Moisés como alguém que conversa com seu amigo.
Por toda a parte ele usa pronomes pessoais.
Ele diz: “Eu sou”, “esse é o meu nome”, “Eu sou o Senhor vosso Deus”, “Eu sou misericordioso e gracioso”, “Invoca-me e eu te responderei”. Como um pai que se apieda de seus filhos, assim o Senhor se apieda dos que o temem.
Oh! Tu que ouves a oração, a ti virá toda carne.
Porém, durante nossa vida terrena nunca teremos uma definição completa de quem é “Este”.

Mesmo o “Verbo” se fazendo carne e habitando entre os homens ele continuava sendo Deus. Sendo assim, por debaixo da roupagem humana havia um ser, um Deus Espírito, que os discípulos não tinham como conhecê-lo em sua plenitude.
No livro de João capítulo 4 versículo 24 diz que Deus é puro, inteiro e apenas um único espírito. Aqui temos uma das grandes declarações de João acerca da natureza de Deus que nesta passagem deve ser aceito como algo substancial e descritivo. Deus não tem corpo a sua substância não faz parte da natureza física. Não sabemos o que é um espírito de maneira exata, exceto, como um conceito negativo. A saber, que espírito não é matéria, ou pelo menos, que não pode ser definido por qualquer declaração que defina a matéria. Porém, nosso atual estado de conhecimento não nos autoriza entender e significar o que seja um espírito. E para dizer a verdade, nem sabemos o que é a matéria de forma plena. Falamos a respeito dos átomos, mas na realidade não sabemos o que são no seu sentido puro. Nem qual seja a sua verdadeira e completa composição. E nem mesmo podemos asseverar que o átomo é a unidade básica de que se compõe a natureza. Pois é bem possível que exista algo ainda mais básico que até hoje não foi descoberto.
Ora, se não podemos nem ao menos definir a verdadeira natureza da matéria. É evidente que não podemos definir a verdadeira natureza de Deus e qualquer tentativa nesse sentido, em nosso presente estado de conhecimento, não somente é fútil como também é uma presunção.
O Apostolo Paulo dirigiu uma declaração aos romanos no capitulo onze e versículos trinta e três a trinta e seis, sobre os limites da mente humana para compreender os arcanos de Deus. Esta declaração é muito semelhante ao limite que Deus colocou nas ondas do mar conforme nos relata o livro de Jó capítulo 38: 11 que diz:

“Eu lhe ordenei: Até aqui virás, contudo, não avançarás; e aqui se quebrará o orgulho das tuas ondas. ”


Parece-me que aqui se quebra as “ondas” orgulhosas de todo teólogo, aqui é o limite de todas as tentativas humanas de tentar explicar racionalmente quem é Deus. A adoração começa sem uma interpelação formal, com exclamações de admiração sobre as revelações de Deus. — Que riqueza de seus dons conforme demonstra o texto bíblico de Romanos 10: 12 — que sabedoria de seu agir vemos em Romanos 8: 28 — que conhecimento, isto é, que reconhecimento eletivo descobrimos em Romanos 8: 29, convincente em sua veracidade.
A partícula grega traduzida como “Ó” que introduz o texto de Romanos 11: 33-36 acrescenta um senso de assombro. Tal profundidade é tamanha que o ser humano não consegue sequer ter noção de quão profundas são a riqueza, a sabedoria e o conhecimento de Deus. Paulo confirma quão tamanho é esse senso de assombro ao afirmar em paralelismo que os juízos de Deus são inescrutáveis (ou insondável) e os caminhos dele são incompreensíveis.
Sob essa admiração diante da dimensão profunda desses atributos de Deus, Paulo percebe e obtêm a certeza de que Deus está integralmente no controle da história. Nenhum governo contrário nem paralelo conseguirá opor-se. Conforme relata o livro de Efésios capítulo 4:6b a respeito de Deus na declaração “o qual é sobre todos”. De forma que “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas” texto de Romanos 11: 36.
Todas as pessoas e coisas (ou obras que fizermos) devem homenagear, glorificar e cumprir voluntariamente os propósitos de Deus (para Ele, conforme sua soberania). Assim, segundo tudo o que as palavras anteriores do apóstolo significaram e em reconhecimento da limitação da razão humana diante dos planos do Senhor, Paulo conclama todos a glorificarem a Deus para sempre.
Que profundidade!
Diante dela o ser humano reconhece seus limites conforme vemos nas palavras de Paulo em Romanos 11:33:

Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!


Na verdade Deus supri nossa fé, ele se manifesta como aquele que é luz por dentro e por fora, sem a menor sombra de variação, porém ele não supri as nossas teorias, nem mesmo nossas teorias de fé. Portanto, por mais que estudemos com rigor metodológico. Por mais habilidade natural que tenhamos para compreender sistemas e coisas. Por melhor e mais variada que seja a nossa formação acadêmica. Ainda que sejamos competentíssimos autodidatas. Por mais precisão que alcancemos em nossos pensamentos expressando-os de forma sistêmica, por meio da escrita e capacidade de expor argumentativa. Até mesmo por mais imersos que estejamos do todo da revelação divina. Ainda assim teremos que assumir humilhados a nossa ignorância e pequenez diante da grandeza e profundidade da revelação de Deus e do Deus que se revelou. Prostrando-nos em adoração diante do Senhor dos Senhores.
"Mas quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”



Fiquem na Paz!

Vosso conservo,

Pr. João Batista Severo Echevarria.

Texto original: Pr. João Batista Severo Echevarria.
Revisão e correção textual: Prof. Matheus S. Sá Britto – Graduado em Letras – Língua Portuguesa e Língua Inglesa pela Faculdade Anhanguera/ Pelotas – RS.
São Lourenço do Sul – RS – 24/ 10/ 2018.

Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. João (4:23-24).