AS CRÔNICAS DE DANIEL SAAD
Inauguramos este quadro na certeza que este jovem,casado com Heli Suassun, morador em Taubaté tendo aproximadamente 120.000 seguidores por suas crônicas e que gentilmente aceitou nosso convite, irá contribuir na edificação da tua vida.

 

Gratidão ♥

Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? (Salmos 116:12).

Eu descobri uma coisa, que muda nossa vida...Ser fiel no pouco, faz Deus nos colocar em muito. Sim, isso é uma promessa D’Ele!

Ser fiel no pouco significa duas coisas, uma delas é sermos GRATOS pelo que temos, muito mais do que MURMURENTOS pelo que não temos. Uma pessoa rica, não é a que tem muito mas a que sabe ser feliz com o que tem! Eu conheço gente muito rica que não sabe o que é ter paz. A constante busca por mais, as impede de aproveitar e curtir o que tem.

Você sabia que mais de 50% das pessoas no mundo gostariam de ter o que você tem? Está na nossa natureza carnal reclamar.

Você já parou pra pensar como Deus se sente? Como é sua oração a ELE? Como você começa e termina seu dia, agradecendo a Deus, ou reclamando?

A intenção dessa crônica de hoje é te incentivar a ser grato pelo que você tem, para que você esteja APTO e APTA a serem colocados em coisas MAIORES pois, novamente, se você não consegue ser fiel com o pouco, você não terá muito.

Não estou falando só de dinheiro mas de TUDO! Desde recursos financeiros a amigos, ministério e a tudo mais... Seja GRATO, FELIZ E SATISFEITO com o que tem!

E a segunda parte de ser fiel, é não ser CORROMPIDO pela situação, a de esquecer de Deus na falta ou na abundancia.

​Eu creio que Deus não permite que muitos filhos sejam MAIS abençoados, porque muitos não sabem lidar com a benção, alguns se desviariam.  Eu já vi MUITAS, MUITAS MUITAS pessoas que clamavam a Deus e buscavam porque a situação era desesperadora, mas passando o deserto, voltavam a mesma vida antiga, se esquecendo do socorro do Senhor e isso é não ser fiel, é ser ingrato!

Mas a idéia da crônica de hoje, está mais relacionada a primeira análise de ser fiel no pouco, a gratidão.
Quero contar uma história pra vocês, fictícia sim mas baseada em uma real, a dos leprosos de “Lucas 17”

O pequeno Yossef

Era final de novembro, na pequena aldeia perto de Jerusalém, só se ouviam os gritos de uma mulher. O grito de dor era alto e forte. Quem pudesse observar através da persiana da janela, veria uma mulher robusta, suada, deitada na cama, com as pernas abertas e muita dor, um marido encostado na parede, aflito e comendo as unhas, magro e sujo de sangue, roendo o que sobrava de unha em seus dedos, com seus olhos escuros, seu rosto magro e sua barba espessa, pelo menos orava, era a única coisa que conseguia fazer. A velha parteira ajoelhada na beira da cama, respirava de forma rítmica, influenciando a futura mamãe, a fazer o mesmo, para focar na contração e não perder a consciência para a dor. "Vamos querida, força, empurre, já estou vendo a cabeça, é um meninão! Força!"... O som do grito da mãe, da oração do pai e do incentivo da velha, foram interrompidos por um agudo, estridente e forte som.... Um choro digno de futuro tenor italiano. Até seria possível, se ele tivesse nascido 4.100 km mais longe, em Roma, e uns 1950 anos depois.

Pequeno Yossef cresceu, amado pela mãe, ensinado pelo pai, com os joelhos ralados pelo solo arenoso de sua aldeia, os cabelos sujos de trigo e as unhas de terra. Seu pai agricultor desde pequeno, seguia a tradição da família, agricultores de trigo! Pequeno Yossef crescia curioso, mexia em tudo, perguntava tudo, passava o dia vendo o pequeno escaravelho rolando uma bola de estrume de camelo, ficava horas olhando as ovelhas do vizinho Caleb. Quando chegava em casa, contava tudo o que via pra sua mãe, que ouvia rindo e dando de comer ao pequeno, enquanto seu pai sentado a frente, louvava a Deus pela saúde e inteligência do menino. Yossef não era rico, mas era com toda certeza muito amado.

Certo dia, o pai vendo que as aventuras de seu filhos estavam se tornando mais demoradas e distantes de casa, lhe chamou e disse: "Filho, pode brincar aqui na aldeia, por onde quiser, mas JAMAIS vá para além do poço Seco, não vá praquela área, aquele local ficam pessoas muito doentes." A curiosidade de pequeno Yossef consumia sua mente "O que será que elas tem? Porque estão afastadas?

Certo sábado, acordou cedo, e foi levado pelo pai, até a pequena sinagoga da aldeia, o rabino estava lá e como de costume começou a ler as Escrituras para as crianças, pegou levítico e leu: (Lv 13.46) "Todos os dias em que a praga estiver nele, será imundo; imundo está, habitará só; a sua habitação será fora do arraial." O rabino começou a explicar, dizendo que essa era a ordem em relação aos LEPROSOS, que eram considerados imundos, e a ordem era leva-los pra fora do arraial, por isso estão na área além do poço seco. Quando pequeno Yossef ouviu isso, entendeu de uma vez por todas, quem eram aquelas pessoas. "São leprosos" pensou Yossef. "Quero ver como são"!

Yossef acordou no outro dia, mentiu ao pai dizendo que ia na casa de seu primo Raviv, e quando viu que os olhos de seu pai, não mais podiam lhe acompanhar, mudou de direção e foi correndo até a área do poço Seco. Vencido pela curiosidade, aproximou-se da velha construção de tijolos de barro, abaixado como um predador buscando a presa, espiou por um lado e não viu nada, não viu ninguém, somente ao longe uma grande cabana, do tamanho de umas 4 de sua casa, e resolveu espiar pela janela.
Yossef foi abaixado pela vegetação rasteira do deserto, escondendo-se atrás de cada palmeira real que achava em sua frente, acabou passando pelo meio de um arbusto cheio de espinhos, e cortou seu braço, segurou com as duas mãos a boca pra não gritar, e quando olhou pro braço, viu o sangue escorrendo... "Sou homem! Não vou chorar, e não vou parar minha aventura" então, com os sentidos aguçados e curiosidade afiada, queria ver quem eram os "monstros exilados" que tanto os rabinos e seus pais falavam..

Yossef chegou perto da cabana, nervoso pela mentira, excitado pela aventura e ansioso pra matar sua curiosidade, ao colocar a cabeça pra dentro da janela, começou a ouvir um pequeno murmurinho, vozes, ouviu gente conversando. Viu que a frente da cabana era toda aberta, não tinha parede na frente, era como um grande galpão, foi até lá e viu homens sentados à mesa, todos cobertos por muitos lençóis de linho, não podia ver a cara deles "Mas esses são os monstros? São humanos normais!" enquanto pensava nisso, viu uma grande mão pega-lo pelo braço, gritou de susto e dor, pois a mão apertou bem no machucado, quando olhou pra grande mão, seu gripo de susto e dor, virou pavor, a mão era deformada, cheia de chagas, com machucados purulentos e fétidos, o homem gritou com ele "O que você  faz aqui menino? Aqui é proibido! Aqui é local dos isolados! Aqui ficam os leprosos!!!" Pequeno yossef saiu correndo apavorado, chorando de medo, de dor, de susto, queria a mãe, queria o pai.

Quando chegou em casa no final da tarde, viu seu pai e mãe apavorados perguntando aos vizinhos se alguém havia visto pequeno Yossef, que alívio foi ver o pequeno filho vindo pela estrada, primeiro o abraço de alívio, depois a repreensão áspera! "Onde estava? O que foi fazer? Que machucado é esse no braço? Está sangrando! Entre, vamos lavar filho, antes que infeccione."

Toda mentira tem consequências, toda desobediência gera castigo. Pequeno Yossef mentiu onde tinha ido, e não contou a ninguém da mão do leproso, segurando bem no seu machucado, Yossef ficou quietinho. Mas os dias passavam, o machucado não cicatrizava, pelo contrário, a cor da pele mudava, a textura, de repente a perda da sensibilidade do local do machucado.O sacerdote local foi chamado e pra desespero dos pais foi constatado. Pequeno Yossef, está com lepra!  (O toque do leproso no local machucado, transmitiu a bactéria, contaminando o pequeno menino). Desespero, choro, grito, o sacerdote sendo sacudido pelos pais "Misericórdia Rabi, não nos tire nosso menino!" "A lei é clara, Deus foi bem claro, esse menino é impuro, deve ser afastado do povo, é a lei!" Não houve discussão. A mentira e a desobediência de Yossef custou caro. O local proibido, se tornou seu destino, os "monstros" se tornaram seus irmãos.

Yossef perdeu o contato do pai, o contato da mãe, perdeu as brincadeiras, perdeu os pequenos besouros, as cabras do vizinho, as sementes de trigo, Yossef perdeu o que tinha, Yossef foi isolado, cobriu-se de linho e cresceu. Cresceu sozinho, triste, amargurado, arrependido e com muita saudades de casa.

Alguns anos se passaram, Yossef cresceu, se acostumou a ficar isolado, arranjou 9 amigos, era uma turma de 10 jovens, andavam juntos, compartilhavam a doença, uns já não tinham mais feição, outros não tinham mais algumas partes dos membros, mas estavam juntos, no isolamento acharam um pingo de amizade. Um deles chegou esbaforido "Vocês estão sabendo? Estão sabendo? Eu fui mendigar um pouco de comida na beira da estrada e vi grande multidão vindo pra cá! Estão junto de um tal de JESUS de Nazaré, um que se diz filho de Deus, poderoso em milagres e sinais! Ele está vindo pra cá!" Um deles responde: "Mas ele não virá aqui! Aqui é proibido! O que faremos?" então pequeno, não, pequeno não, agora JOVEM Yossef sugeriu: "Vamos até a beira da estrada e de lá gritaremos, se ele for tão bondoso quanto diz, nos permitirá chegar até Ele." "Boa ideia" concordaram todos e foram..

Ao chegarem na beira da estrada, Jesus e seus discípulos vinham andando, estavam rumo a Jerusalém, quando estavam a uma distância segura de Jesus, de forma que seria possível que fossem ouvidos, gritaram: "Jesus, Mestre! Tenha misericórdia de nós!" Então Jesus os olhou e disse "Vão até os sacerdotes, e se mostrem a ele." então eles INDO em direção ao sacerdote, foram curados. (Só um comentário, a ordem de Jesus de se mostrar ao sacerdote, é para que o sacerdote analisasse as feridas e machucados do doente, e julgasse ele apto, ou não de voltar ao convívio do povo, o mais fantástico desses leprosos, é que Jesus não os curou no ato! Mas ordenou VÃO e se mostrem, eles MESMO ainda leprosos, creram e foram e DURANTE O ATO DE IR, a bíblia relata que foram curados. FÉ! Foram mesmo sem ver a cura, mas crendo na palavra de Jesus, obedeceram e durante a obediência foram curados).

Jovem Yossef olhou pra suas mãos, pra seu braço, pra seu rosto, olhou para os amigos e o choro caiu de forma "diluvial" entre eles. Não podiam acreditar, esse tal de "Jesus" realmente era quem dizia ser. Ele os havia curado! Yossef não se continha de alegria. Poderia voltar pra casa. Pra seus pais! Yossef havia desobedecido e pago o preço por isso. Sentiu saudade, vergonha, isolamento, dor, solidão.... mas tudo estava agora CANCELADO, pela palavra poderosa desse homem chamado Jesus!!!  Yossef gritava, cantava, se alegrava, sonhava e ia com seus amigos em direção ao Sacerdote para poderem ser liberados do afastamento obrigatório porém, Yossef parou, virou pra trás e olhou. Viu o homem chamado Jesus parado na estrada, olhando pra eles, um olhar sereno, um meio sorriso no rosto, com os dois braços abaixados, quieto e respirando de forma calma.

Yossef se emociou, Yossef olhou pros amigos, mas esses já estavam longe, nem lembravam do Jesus que os curou, queriam era aproveitar a nova liberdade. Yossef olhou de volta pra Jesus que continuava parado na estrada, e pensou "Como posso ser tão ingrato? Eu era um perdido, um doente, um isolado, um ignorado, um rejeitado. Esse homem me amou, me ouviu, de graça me curou, não pediu nada, não cobrou nada, não exigiu nada, Ele simplesmente olhou, me amou e decidiu me tirar dessa vida de vergonha e morte. "Quando terminou de pensar isso, viu o rosto de Jesus se transformar, e um grande sorriso surgiu de seus lábios, seus olhos antes sérios, demonstravam uma alegria evidente!

Yossef voltou, jogou fora o excesso de roupas de linho que o cobria e correu em direção de Jesus, não se conteve, caiu aos pés do Senhor e o adorou, agradecendo com uma mistura de lágrimas e sorrisos, pelo amor com o qual foi amado, e pela cura e restauração com as quais foi abençoado.
Então Jesus olhou pra ele e disse. "Não foram 10 homens que eu curei? Onde pois estão os outros 9? Só você veio me agradecer? Só você veio glorificar a Deus? Vá em paz meu filho, tua fé te salvou!"
                                                                           ..................... Crônica minha baseada em Lucas 17:11 a 19 ......................  TE AMO MEU SENHOR!!!

Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. João (4:23-24).