MAGALI ARCE
Diretora Geral-www.diferenciado.com.br
Jornal O Diferenciado
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Lutemos por uma independência livre de corrupções
Independência do Brasil
No dia 7 de setembro, comemoramos a independência do Brasil,
fato que foi alcançado após o engajamento e a conscientização de
grandes contingentes populacionais, que se tornaram reativos aos
impostos, desmandos, desvios e corrupções praticadas pelos
emissários lusitanos nessas terras. O povo brasileiro, então,
democraticamente, optou por D. Pedro I como seu legítimo
representante, imputando-lhe a responsabilidade de dar à nossa
nação a grandiosidade a que ela é vocacionada (Como dizem os
meus alunos #sqn (só que não).
A independência do Brasil da dominação portuguesa, segundo nos
ajudam a entender os historiadores, foi um evento que não contou
com a atuação nem o engajamento popular, sendo uma medida
consolidada entre os mais abastados na sociedade e o jovem
príncipe regente D. Pedro, sem a devida adesão, percepção ou
consciência devida do povo. Ainda assim caminham os processos
políticos em nossa nação, à revelia do conhecimento do povo. À
exceção das eleições, onde cada indivíduo ganha valor, todos os
demais eventos políticos são tratados quase que em uma outra
dimensão, em um mundo paralelo, onde a presença do povo é
vetada.
Isso nos custou a formação de uma República fragilizada, pela
sensação de poder em que foi envolta a nossa classe política: de
servidores, eles passaram a ser servidos e a servirem-se do
Estado. E o que deveria se constituir como uma infeliz raridade,
tornou-se uma sórdida regra – a política praticada por vias
espúrias, em acordos furtivos, com resultados escandalosos.
Credibilidade e confiança na política brasileira
Os indícios mais evidentes dessa realidade está em nossos
noticiários, onde é difícil abrir a seção de política e não
constar a sigla Polícia Federal. Foi assim que, ainda na
retomada de nossa democratização, que nos anos 90 veio à
tona o esquema PC Farias, que levou à renúncia do então
presidente Fernando Collor de Melo, após a abertura do processo
de Impeachment.
Atual em nossa memória são os muitos desdobramentos da Operação
Lava Jato, cujo efeito mais expressivo, até agora, foi o
Impeachment da presidente Dilma Roussef, que recebeu centenas de
votos de parlamentares, agora implicados em tantos outros
esquemas evidentes de corrupção. E tudo isso tem abalado a
credibilidade e a confiança na política e no Estado brasileiro.
Ainda assim, teremos os desfiles cívicos, as bandas marciais, as
bandeiras nos altos dos mastros. Eu me perguntava se tudo isso
fazia sentido, até que conversei com minha filha, que vai
participar deste evento promovido pela escola em que estuda. Vi
o seu entusiasmo, adesão, expectativa em “marchar” junto com
seus colegas. Então, lembrei-me das palavras de Jesus, quando
nos mandou ter coração de criança.
Utilizemos esse dia de comemoração cívica para retomarmos nosso
engajamento como os rumos de nosso país. Há muito a ser feito
neste tempo, mas quanto mais pessoas comprometidas, mais
rapidamente colheremos os frutos de um novo país. A luta que
devemos travar se dará no campo da honestidade, moralidade,
ética e senso de bem comum. Lutemos não pelo país que temos, mas
pelo país que que remos.
Compartilhado...C.M.