DIZ AÍ...
Teresa Souto Almeida
 

 

Eu digo NÃO a violência.
“Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações.” I Pedro 3:12

Realizando minha leitura diária, parei para refletir sobre a passagem em I Pedro 3, em especial do versículo 8 a12, sobre os desafios da vida em comunidade. A primeira coisa que veio a minha mente é a falta de amor entre as pessoas, consequentemente um aumento na violência e principalmente a violência doméstica.

Este tema insere-se na história da humanidade desde os seus primórdios e atinge a todos e a todas, independentemente de idade, grau de escolaridade, gênero, classe social, cultura, etnia e religião. É de fundamental importância entender o episódio da violência nos múltiplos significados, para melhor desvendá-la, na medida em que se expressa nas diferentes situações. Tratá-la de forma interdisciplinar permite ampliar a compreensão do fato, bem como o delineamento de estratégias de prevenção, intervenção e responsabilização.

O apóstolo Pedro nos aconselha a fazermos o bem e buscar a paz. No entanto, precisamos ter um olhar crítico e nos tornar comprometidos com a compreensão e intervenção nas situações de violência vivenciadas pelos diferentes segmentos da sociedade. A violência transita dialeticamente entre as relações sociais e as inter pessoais. Porém, ambas consistem na negação de direitos fundamentais e universais como liberdade, igualdade e respeito à vida.

A violência processada na família muitas vezes é para impor o poder. Este poder localiza-se nas estruturas macro sociais, culturais e econômicas que envolvem a dominação, a impunidade, a corrupção, as desigualdades sociais, de gênero e de raça, os privilégios de uns sobre os outros em detrimento de alguns. Assim, pensar a violência no âmbito da família, de forma isolada, transfere o problema e a responsabilidade para esse grupo, eximindo a sociedade de se debruçar sobre a questão, agindo, ora com indignação, ora com conformismo. A análise da violência familiar exige uma articulação da família com outros grupos sociais, instituições, comunidade e cultura que constituem a sociedade em um determinado momento histórico-social. Precisamos reconhecer a sociedade enquanto produto humano.

Os cristãos necessitam romper as barreiras da invisibilidade, entendidas como a não sensibilização ao fenômeno acerca do significado da violência.

Vamos abrir nossos olhos e dizer NÃO a qualquer tipo de violência... Principalmente a doméstica.A violência está evoluindo, porque as pessoas não tem paz, muitas vezes são famílias atribuladas, crianças sendo criadas em ambientes violentos. Por que tudo isto? Acredito que seja a carência de orientação espiritual, acompanhamento religioso. Falta do amor de Deus no coração das pessoas.



A violência doméstica vai muito além da agressão física. Nós todos podemos ser vítimas sem nos dar conta disto... Engloba a violência sexual, patrimonial, moral e psicológica. Humilhar, diminuir a auto estima, xingar é uma violência emocional. Violência psicológica cito como exemplo a liberdade de crença, quantos de nossos irmãos cristãos são restringidos por seus familiares em participar ativamente do trabalho em sua igreja?

Poderia continuar citando exemplos e falando sobre os tipos de violência, porém o foco é terminar com o ciclo da violência doméstica...
A violência é um fenômeno complexo e multidimensional, que atravessa classes sociais e idades, e tem contado com a passividade por parte das mulheres, colocando-as na procura de soluções informais e/ou conformistas, tendo muita resistência em levar este tipo de conflitos para o espaço público, onde durante muito tempo foram silenciados.

Não podemos esquecer que a reação de cada mulher à sua situação de vítima é única. Estas reações devem ser encaradas como mecanismos de sobrevivência psicológica que, cada uma, aciona de maneira diferente para suportar a vitimação. Segundo o apóstolo Pedro devemos zelar pelo bem, porque é melhor padecer fazendo o bem, do que fechar nossos olhos.

Muitas mulheres não consideram os maus-tratos a que são sujeitas, por parte dos cônjuges ou companheiros, como crimes. Muitas encontram-se, na maior parte dos casos, em situações de violência doméstica pelo domínio e controle que os seus agressores exercem sobre elas através de vários mecanismos, tais como: isolamento relacional, o exercício de violência física e psicológica, a intimidação, o domínio econômico, entre outros.

A violência doméstica não pode ser vista como um destino que a mulher tem que aceitar passivamente. Oramos a Deus para que conceda sabedoria e conhecimento para elas saberem agir diante deste fato.

Também não podemos deixar de destacar a hostilidade com nossas crianças e os idosos. No momento em que presenciam ou ouvem os abusos infligidos sobre a vítima ou ver os sinais físicos depois de episódios de agressão é uma violência emocional e muitas ainda sofrem também as violências físicas e psicológicas. Que Deus tenha misericórdia e os proteja física, espiritual e emocionalmente.

Diga NÃO à violência...
Buscando o fim deste ciclo, a Sociedade Metodista de Mulheres, promove a campanha “Quinta-feira uso Preto”, onde mobiliza as pessoas a se vestirem de preto em protesto contra a violência doméstica. Este protesto silencioso vem sendo realizado desde fevereiro de 2016, com o apoio da Igreja Evangélica Metodista.

Assim convido a todos, principalmente as mulheres para se posicionar contra a violência e a desigualdade. Buscando a paz e o fim da violência doméstica.

Queridas irmãs em Cristo, quero lembrá-las que o Deus de tantas mulheres da Bíblia Sagrada, a exemplo de Ester, Débora, Sara, Rute, Agar, Ana, é o mesmo de hoje e sempre. Ele fará por você aquilo que ninguém mais poderá fazer. Ele espera de nós atitude e oração. Orar+ação=oração.

Paz e graça!
Teresa Souto Almeida


 

Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. João (4:23-24).